O Rei Assuero era muito poderoso e podemos perceber que agia visando sempre sua própria satisfação. Quando ofereceu banquetes em Susã, ele o fez com o fim de exibir todas as suas riquezas, e com isso ser admirado. Depois, quis também exibir a formosura da rainha Vasti, e diante da recusa dela ele a depôs. Como ficou sem rainha, Assuero escolheu a sua substituta - Ester - entre as jovens mais formosa de seu império (Ester 2:2, 17).
Assuero representa nosso velho homem, que quer sempre agir segundo o seu desejo e humor, e que também gosta de se exibir. Se a rainha Vasti não fosse tão formosa, o rei Assuero não faria questão de apresentá-la diante do povo. Essa atitude é própria do homem natural que se preocupa apenas com a aparência. Deus, porém, não vê o exterior; Ele vê o interior (Mc 12:14a; 2 Co 5:12; 1 Sm 16:7). O ponto aqui não é menosprezar a formosura, mas é colocá-la no devido lugar. Quer sejamos formosos ou não, o nosso interior, o nosso coração deve ser como o de Neemias, cuja preocupação era Jerusalém, o lugar escolhido por Deus. Assuero valorizava o exterior, portanto, ao exibir a beleza de Vasti, ele mesmo estaria recebendo a glória. Mas a rainha, por causa de sua formosura, orgulhou-se, e isso a tornou rebelde para com o rei. Em Ezequiel 28 lemos que Lúcifer era o formoso querubim da guarda; contudo, quando se orgulhou, ele se rebelou contra Deus e foi rejeitado, destituído de sua elevada posição (vs. 12b-17).
Realmente esperamos que as irmãs formosas jamais se orgulhem de sua beleza. Não importa quão bonita você seja, você não é superior a ninguém, mas é igual às demais irmãs, pois todas têm a vida de Deus. Quem se orgulha de sua aparência perde muito em relação ao Senhor, pois, em vez de buscá-Lo, gasta o tempo pensando na sua beleza e cuidado dela. Não vamos dar excessiva atenção à nossa aparência, pois ela desperta orgulho, e onde há orgulho há rebelião. Portanto, humilhemo-nos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele (não nós mesmos) nos exalte em tempo oportuno (1 Pe 5:6).
(Extraído do livro "O Deus presente que se oculta...nos livros de Rute e Ester", de Dong Y. Lan, pp. 69-71)
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